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Dez anos

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Show da Urano Exit no Garagem Hermética. 2009, acho. Eu sou o de trás.

 

Volta e meia eu me pego pensando na música. Ou melhor, na relação visceral que eu tenho com ela. Não, esse texto não vai pontuar música boa de música ruim. Isso é pessoal, íntimo, e não sou o verdadeiro dono da verdade. Aliás, ninguém é. Esse texto é sobre a minha própria relação com ela, que começou há 10 anos.

Pouco tempo, você pode achar. Ela começou antes, bem antes. Mas foi em meados de 2003 que ela tomou um significado diferente. O cenário: eu tinha 13 anos, recém havia saído de um conhecido colégio particular aqui da Zona Sul de Porto Alegre. Em paralelo, decidi que iria aprender a tocar. A minha vontade era tanta que, pra ser sincero, não fazia a menor diferença que o único instrumento pra tal era um violão velho, azul, e todo empenado, que eu tinha em cima do meu armário. Eu queria era aprender.

O violão era um desses violões comuns, com a diferença de que ele, como já havia dito, era azul celeste, com um degradê nas extremidades. A tampa superior do corpo dele era solta nas bordas, o que o fazia vibrar estranhamente. Muitos parafusos, pregos e até super bonder já passaram por ali. Nenhuma funcionou, de fato. Na época, como qualquer ser-humano de 13 anos, eu não tinha dinheiro pra comprar um jogo novo de cordas. Então, juntava o dinheiro da passagem pra voltar pra casa, comprava cordas avulsas e ia pra casa de um primo meu, colocar e tocar. Uma por uma. O processo durou semanas. E a minha mãe – até agora – nem sonha com isso.

Aí que eu tive a primeira grande lição da vida: aprender a lidar com a frustração. É fato, qualquer coisa que você tenha que começar do zero nunca vai sair tão legal como era dentro da sua cabeça. Some isso com o fato de não ter um bom instrumento, o imediatismo e todas essas coisas. Voilá. Difícil era pra uma criança de 13 anos a encarar isso logo de saída. Bom, a frustração em não saber fazer pestana, abafar cordas e tocar um simples acorde durou meses, eu diria mais de um ano. O pobre violão azul-celeste demorou um pouco até ver notas que soassem bem.

Nesses meros dez anos, eu melhorei. Como pessoa e como músico. Aprendi a compor, aprendi a lidar com novos problemas. Também aprendi o que é ter uma banda, um capítulo à parte deste texto. Se eu tivesse colhões pra dar algum conselho, eu recomendaria: aprenda a tocar algo. Viver esse vértice intimista da música muda tuas percepções, mexe muito com o senso mundano. E tenha paciência. Um dia você descobre que saber tocar acordes não é mais o suficiente. A frustração volta pra pauta. E o resto, nem tem graça dizer.

 

Written by Cisco

julho 14, 2013 at 12:48 am

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Eu, Geração 3G

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Até 2009, eu era um dos poucos – porém não raros – usuários do iPhone 3G. Comprei barato, de um amigo que queria se desfazer, pois acabara de comprar um modelo mais atual. Por uma questão de prioridade e por não aceitar o preço inflacionado das novas versões desse fantástico aparelho, mantenho-o como meu telefone móvel até hoje. De lá pra cá, quatro novas versões surgiram e ele defasou, obviamente. Obsolescência programada. Vale o google.

No último ano, a duração de bateria do meu “tijolão” foi ficando cada vez menor. Os apps começaram a se tornar mais pesados e o aparelho mais lento. Vários deles sequer atualizam. Por conta dessa prisão tecnológica, fui tendo que abandonar alguns outros serviços e utilidades do aparelho. Uma delas é o 3G.

Pra quem não sabe, 3G é essa tecnologia que rouba seu dinheiro, rouba seu tempo enquanto você espera uma mísera página mobile carregar e rouba também sua bateria. Rouba não, come com colher e farinha de mandioca. Quatro anos se passaram desde o início dessa timeline e a situação não avançou. Por uma questão de querer carga no celular até meu próximo encontro com uma tomada elétrica, abandonei o serviço, mesmo que o uso fosse bem esporádico.

Ainda nessa mesma timeline, o uso compulsivo dos smartphones cresceu de forma assustadora. A mobilidade se tornou inerente pra muitos usuários. Aí, temos uma carta de serviços: Facebook, Twitter, Whatsapp, e-mail, Instagram, e por aí vai. É comum a cena: você vai almoçar com um amigo e a criaturinha fica a mercê do aparelho maldito. Sem contato visual e com muitos “ããm”, “humm”, “sim” nos diálogos. Aqui, chamo de “Geração 3G”.

A Geração 3G tá crescendo de forma assustadora, tão assustadora quanto o preço dos pacotes dessa tecnologia, que parecem ter estacionado lá em 2009. Mas isso não impede que a assiduidade dos usuários cresça. Para muitos deles, é quase uma obrigação tirar uma foto do pôr-do-sol, do prato de comida, fazer check-in (nota: Foursquare é a rede social mais superestimada de todas), chatear com os amigos, tuitar sobre um acontecimento aleatório, etc. As redes sociais sobrepõem tudo. Os emails já entram na caixa com um aviso nas entrelinhas de “responda logo”. Não responder no Whatsapp já é má-educação. E por aí vai. 2015 nem chegou e temos uma mudança comportamental violenta em tão pouco tempo, mas ainda sem o famigerado skate voador do Marty McFly.

Relato tudo isso por um fato aleatório: descobri que minha operadora me presenteou com um plano de 3G pré-pago. Tudo isso pois eu liguei o serviço depois de muito tempo, a fim de descarregar a bateria do meu celular. Descontaram alguns centavos do meu saldo em troca da internet promissoramente rápida. Mas tá ali, disponível. E, por um impulso, resolvi usufruir hoje, na hora do almoço. Foi um espasmo. Liguei e usei, ignorando todos à mesa. Quando me dei conta, tava compenetrado na telinha que nem criança vendo a Galinha Pintadinha, atualizando o Facebook como se não houvesse amanhã, rolando o feed do Twitter, Instagram, checando as três contas de email. Devo ter perdido alguns 15 minutos até o choque de realidade. Voltei o olhar pra mesa, como quem acorda de um coma. Desliguei novamente o 3G.

Ufa. De volta à vida.

Written by Cisco

abril 10, 2013 at 7:10 pm

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The Battle We Didn’t Choose – Tradução

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(nota: achei esse site em meio à milhares de compartilhamentos de milhares de assuntos diferentes, no Facebook. As fotos dizem quase tudo o que traduzi aqui embaixo. Até poderia  fazer um resumo do assunto, mas acho que o texto diz muito – apesar de dizer quase nada comparado às fotografias. O que eu posso afirmar é: essa é a demonstração de amor mais bonita que eu já li/vi.)

http://mywifesfightwithbreastcancer.com/

A primeira vez que vi Jennifer, eu sabia. Eu sabia que ela era única. Eu sabia, assim como meu pai cantava para minhas irmãs no inverno de 1951 após conhecer minha mãe, “Eu a encontrei”. 

Um mês depois, Jen arranjou um emprego em Manhattan e teve que deixar Cleveland. Eu ia até a cidade – para ver meu irmão, mas na realidade, eu queria era ver Jen. Em todos os nossos encontros, meu coração gritava para meu cérebro, “diga à ela!!”, mas eu não encontrava coragem para dizer à Jen que eu já não conseguia mais viver sem ela. Meu coração finalmente prevaleceu e, como um garoto de escola, eu disse: “Eu gosto de você”. Para o alívio do meu coração acelerado, os lindos olhos de Jen se iluminaram e ela disse: “Eu também!”

Seis meses depois eu juntei meus pertences e fui para Nova Iorque com um anel de casamento que pegava fogo dentro do meu bolso. Naquela noite, em nosso restaurante italiano favorito, eu me ajoelhei e pedi Jen para que se casasse comigo. Menos de um ano depois, nos casamos no Central Park, cercados de familiares e amigos.

Ainda naquela noite, nós dançamos nossa primeira música como marido e mulher, acompanhados pelo meu pai em seu acordeão.

“I’m in the mood for love…”♫

Cinco meses depois, Jen foi diagnosticada com cancer de mama. Eu me lembro do exato momento… A voz de Jen e o sentimento de impotência que se desenvolveu em mim. Aquela sensação nunca vai deixar de existir. Também nunca esquecerei a forma como nos olhamos, um para o outro, e seguramos nossas mãos. “Estamos juntos, vai dar tudo certo”.

A cada novo desafio, nós crescíamos ainda mais. Palavras se tornaram menos importantes. Certa noite, Jen tinha acabado de dar baixa no hospital. Sua dor estava fora de controle. Ela pegou meu braços, seus olhos se encheram de água: “Você tem que olhar em meus olhos, é a única maneira para eu conseguir lidar com essa dor”. Nos amamos um ao outro em cada pedaço de nossas almas.

Jen me ensinou a amar, a ouvir, a se doar, a acreditar nos outros e em mim mesmo. Eu nunca estive tão feliz como eu era durante esse tempo. Ao longo dessa batalha, nós fomos afortunados em ter um grupo de apoio forte mas continuamos a lutar para fazer com que as pessoas entendessem nosso dia-a-dia e as dificuldades que enfrentávamos.

Aos 39 anos, Jen começou a usar um andador e ficava cansada por ter que ser cautelosa constantemente com alguma queda ou contusão. Internações de 10 dias ou mais no hospital não eram incomuns. Visitas domiciliares de médicos nos levaram à batalhas com seguros de saúde. Medo, ansiedade e preocupações eram constantes. Tristemente, a maior parte das pessoas não queria ouvir essas realidades e, até certo ponto, vimos nosso apoio indo embora. Outros sobreviventes do câncer compartilhavam com essa perda.

Os outros pacientes diziam que o tratamento os fazia ficarem melhor, que as coisas ficariam OK, que a vida voltaria ao “normal”. Entretanto, não existe um “normal” no mundo do câncer. Os pacientes curados eram obrigados a definir um novo senso do normal, diariamente. E como fazer para que os outros entendessem o que passavamos para sobreviver todos os dias?

Meu set de fotografias mostram essa rotina diária. Elas humanizam a face do cancer, na face da minha esposa. Elas mostram o desafio, a dificuldade, o medo, a tristeza e o isolamento que enfrentamos, que Jennifer enfrentou, enquanto batalhava com a doença. Mais importante de tudo, elas mostram nosso amor. Estas fotografias não nos definem individualmente, mas como nós eramos juntos.

O cancer está nos noticiários todos os dias e, talvez, através dessas fotografias, da próxima vez que um paciente de cancer for perguntado o que ele próprio está fazendo, quando for ouvido, a resposta pode ser dita com um conhecimento de causa maior, com empatia, entendimento profundo, carinho sincero e afetuosidade.

“Ame cada pedaço das pessoas durante sua vida” – Jennifer Merendino

 

Written by Cisco

abril 2, 2013 at 3:04 pm

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Obstino

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Enquanto escrevo isso, meus olhos ardem de sono.

Há algumas semanas, minha vida deu um giro. 180º, como costumam dizer. Abandonei alguns conceitos. Mudei a forma de ver. Larguei um emprego que provavelmente iria me render um conforto social pelo resto da minha vida, mas que não me trazia uma satisfação moral plena. Comecei do 0. Me senti desafiado.

Vamos começar tudo do zero,  tu topa? – disseram. Gosto disso.

Gosto da inquietude. Coisa do meu pai, o maior abominador de preguiça e procrastinação que eu conheço. Tão inquieto que, vejam só, não esperou que eu tivesse idade suficiente pra entrar na escola. Tratou de me moldar com seu valor mais peculiar. Me ensinou a ler e a escrever. Entrei na escola com esse bônus da vida. Arranquei alguns suspirinhos das professoras. Desde então, aprendi a me obstinar por respostas. E não aquelas que são ditas, mas aquelas que eu possa responder sob um aspecto lógico. É coisa de louco. Ou coisa de pai, mesmo.

O giro de 180º do texto serviu. Tenho em minha frente coisas novas. E junto a isso, novas perguntas.

Afinal, será que é tão bom assim não ter o que pensar antes de dormir?

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setembro 13, 2012 at 3:49 am

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Entrevista – Casey Crescenzo (The Dear Hunter)

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Por Bruno Cisco

Em meio a tantas bandas que surgem por aí, recomendo que você procure algo sobre essa: The Dear Hunter. A banda atualmente conta com diversos músicos em palco, mas é da cabeça de um deles que surgem as pessoas, situações e lugares.

Conversei com Casey Crescenzo, vocalista e compositor do supergrupo. Eles lançaram no ano passado o The Color Spectrum, uma série de nove EP’s, cada um com as cores do espectro, somados ao branco e preto. Em cada EP, um mood diferente, de acordo com a cor do invólucro. Além disso, a banda já lançou uma demo e uma “triologia”, os Act I, II e III. Após uma troca de contatos, falamos sobre TDH, cena musical e outras coisas. Confere aí:

Fale sobre o The Dear Hunter nos últimos dias/semanas. O que vocês estiveram fazendo, ultimamente?

Bem, com toda a honestidade, The Dear Hunter não existiu nas últimas semanas, já que ando produzindo outras bandas. Então, por agora, não tenho feito nada para o TDH, mas felizmente estou voltando ao ritmo disso tudo. Também voltei a compor, mas nos próximos dias tenho que ligar o “modo ensaio” para os próximos shows.

Imagino que os principais sejam o Coachella e o show de Boston…

Basicamente, bem como um show em San Francisco-CA e um show em Los Angeles, em que abriremos pro Kasabian. Também temos datas marcadas em Iowa, Wisconson, etc. E todos eles possuem diferentes set-list, então vamos ensaiar as 36 músicas para o show em Boston, mas também vamos ensaiar outras para os demais shows.

(Nota do editor: a entrevista foi feita no final de abril/2012. Os shows citados já aconteceram)

Como funciona a cultura americana com as bandas underground, como por exemplo, com o TDH? As pessoas têm esse costume de ir a um show local ou isso está restrito aos fãs das bandas que vão tocar?

Acho que isso está constantemente mudando, orientado pela participação daquela banda específica, na cena. Quando comecei a fazer turnês, há 10 anos, você conseguia ver lugares preenchidos com garotos que só gostavam de ir à shows, e a atmosfera que envolvia a música não era o fator principal. Enquanto você continua vendo isso em alguns lugares, há pessoas que não estão dispostas a gastar dinheiro em shows, especialmente se elas não têm certeza se vão gostar da banda.

Você acha que venda de merchandising nos shows é uma boa maneira para as bandas ganharem dinheiro?

Acho que é uma boa maneira, mas penso também que é um jeito estranho de se conduzir uma banda.

Vi um video do The Fall of Troy na internet em que o vocalista dizia que “o merchandising era a melhor maneira de ajudar as bandas”, e a banda acabou, ironicamente…

Para ser honesto, acho que não existe uma melhor maneira de ajudar uma banda. Acho que todas elas encontram-se em diferentes situações. Uma banda pode realmente precisar vender discos para convencer tal gravadora que estão valendo a pena manter-se sob contrato. Enquanto que outras bandas necessitam vender merch, já que são independentes e vender discos de uma forma astronômica não é o mais importante. Já vi muitas bandas irem pra grandes gravadoras e caírem de cara no chão, tudo porque seu público-alvo é de fãs que baixam suas músicas. É um público participativo que vai aos shows, mas que não vai atrás de músicas de selos menores. Mas na maior parte das vezes, ao menos se você tem um “360 deal”*, os selos continuarão a se preocupar com a venda de discos mais do que com a participação de público nos shows.

*contrato em que o artista cede um percentual de tudo que ganha para a gravadora.

Falando em discos, vamos falar sobre o seu último, The Color Spectrum. Quanto tempo demorou entre o processo de escrita da primeira música e a ida ao estúdio para gravação?

Bem, tenho meu próprio estudio, então gravo assim que termino de compor. Mas passei 9 meses compondo e gravando no meu próprio estúdio, assim como em outros três ao redor do país.

O tempo inteiro?

Sim, acho que combinamos de tirar uma semana de folga.

Você declarou em algumas entrevistas que você sempre teve o desejo de gravar alguns EP’s, baseados nas cores do espectro. Como foi a experiência de juntar cor e textura nas músicas?

Acredito que todo o processo de composição e produção é recompensador, e o Colour Spectrum não foi necessariamente mais ou menos recompensador do que qualquer coisa que já fiz antes. Mas trabalhar em um disco extenso que me desconectou dos Acts foi realmente excitante, e uma maneira legal de dar andamento. Foi também muito confortante ver uma ambição, que eu nunca soube de fato se iria se concluir, atualmente concretizada.

Foi sua idéia fazer EP’s curtos desde o começo? E como foi o critério em “por cor” na música?

Foi idéia dividir o espectro em discos separados, em forma de EP’s, mas não tinha certeza qual o tamanho da gravação até começar a trabalhar nela. O critério para por cor na música, para mim, foi simplesmente o que eu sentia, e não o que as outras pessoas sentiam ou pensavam… Era pra ser uma representação da minha inspiração das cores em si.

Acredito que alguém já tenha perguntado isso, mas de onde veio o nome da música A Sua Voz?

Acho que a vibe da música tem um pouco de sentimento português para mim, e uma vez que a música fala sobre chamar alguém e desejar que ela responda, foi intitulada assim.

Em No God, você fala sobre educação paternal e religião. Você acredita no lado bom da religião?

Bom, infelizmente no caso do cristianismo e em algumas outras religiões, acredito que embora exista uma boa mentalidade por trás do que eles ensinam, ainda existem morais promovidas que particularmente não concordo, especificamente nos EUA. Mas o ponto da canção é que sou um ser humano moral, mesmo sem os ensinamentos de Deus ou de um livro. E essa minha bussola moral é interna. Se você está dependendo de algo que está escrito em um livro, então você está dependendo de algo que já foi dito por alguém, que já foi dito por alguém, e por aí vai. Logo, se você precisa de um livro pra ensinar o certo e o errado, então você tem um grande problema. O instinto de tratar os outros com respeito e gentileza, e nunca impor a alguém uma felicidade razoável, a liberdade, tudo deve ser inato.

De outra maneira, estamos dizendo às pessoas que elas são más desde o nascimento, e que precisam sofrer uma lavagem cerebral para que façam o bem… E eu acho que está acontecendo o contrário. Estamos sofrendo lavagem cerebral para nos impor que façamos coisas ruins. É uma espécie de reprogramação para que a gente acredite ser os melhores, ou os mais populares, os mais ricos, os mais cool, ou os mais qualquer-coisa. Isso nos leva a contestar os direitos dos outros, fazendo com que eles nos vigiem.

O que você acha então das bandas americanas de christian rock? Muitas delas não falam sobre a Bíblia, Jesus, etc. Mas possuem um tanto de espiritualidade em suas canções. Talvez isso seja um lado positivo…

Já ouvi falar disso. Mas parece que eles estão nesse meio para vender discos. Essas bandas conquistam os fãs cristãos, mas mantém suas letras vagas o suficiente para conquistar os não-cristãos.

Ultimamente você tem feito algumas coisas com o Anthony Green (Circa Survive, ex-Saosin), e ele manifestou o desejo de fazer algumas coisas musicais com você. Podemos esperar algum projeto entre vocês dois?

Tanto quanto Anthony, eu realmente quero que o nosso projeto aconteça, e isso é somente uma questão de tempo. Ambos estamos muito ocupados, a sorte é que estamos apaixonados pela idéia, então vamos arranjar tempo pra produzir isso assim que possível.

Aliás, de quem foi a idéia de fazer um cover de Get Yours While You Can? E o que Anthony achou disso?

Originalmente, a idéia era que fizéssemos covers um do outro. Mas ele ficou sem tempo antes de sua turnê e eu já tinha terminado o cover. Acho que ele realmente curtiu.

O The Dear Hunter tem um grupo razoável de fãs, aqui no Brasil. Muitos descobriram vocês pela internet. Você tem alguma idéia de quantos fãs vocês fizeram pela internet?

Eu diria que 90% dos fãs que temos vieram da internet.

Parece um cliché terminar nossa conversa com um pedido para que você venha para o Brasil, portanto quero te pedir para que peça aos teus fãs brasileiros para que te tragam pra cá!

Eu realmente quero ir ao Brasil. Sério. Se existir algo que qualquer um pudesse fazer, por favor, faça. Eu não sei como posso fazer isso acontecer sozinho. Mas na primeira oportunidade que tiver, vou dar um pulo aí!

Written by Cisco

maio 23, 2012 at 1:43 pm

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É necessário abrir os o…

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É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem saber ver.

Gabriel Garcia Márquez. Vi no facebook da Nayane. Ó, gostei.

Written by Cisco

abril 23, 2012 at 2:14 pm

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Alterações

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Mudei o tema. Desde a fundação desse blogue, após o assassinato (na verdade, abandono) do Blogspot, eu usei o mesmo tema. Mudei, apesar de não me importar com blogues com a mesma assiduidade que trato as redes sociais. E escolhi um tema chamado Journalist. Eis a descrição:

Journalist is a smart, minimal theme designed for professional journalists.

Prepotente, mas ó, gostei. Espero voltar aqui mais vezes.

Written by Cisco

abril 13, 2012 at 9:05 pm

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The Tape Disaster (Press Release – 2012) (English translate)

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“Becoming one of most original and creative indie rock band of Porto Alegre city, The Tape Disaster has playing several times about six years, in South of Brazil. With support of Senhor F Virtual and Sinewave labels, the band released their first EP “Realidade Aumentada” (augmented reality), in Opinião Bar, with five tracks.

Their most recently record, called “A Voz do Fogo” (the voice of fire – 2012) is a 2-track EP, recorded and mixed in Hurricane Studio by Sebastian Carsin. Now, The Tape Disaster confirms as one of Brazilian instrumental band highlights.

It would be too much cliché if tell that the band have an indefinable genre.  Definable maybe could be it, but the complexity of it all would cause stormy contradictions. The sound of quartet has as a reference the instrumental genre. But the big problem is: generalize easily in that way would be a crime to references and influence, which are synthesized in every millisecond of their songs.  The interesting thing is that the sonority characterizes by the huge influences that each member of the band brings, not by a shaped genre which just chose to follow. They walk through the unknown without losing focus.

The Tape Disaster is universal music, to hear walking on the streets, to enjoy in traffic, to follow in rainy or sunny days. Be careful to not stumble or crash your car. Their music is introspective and requires a lot of preparation and, because of it, take care yourself even more, cause’ this introspection causes euphoria in ourselves and awakes self-knowledge.  In nowadays, the different one scares, while glorify us. “Glory is a silent moment” and the instruments are self-enough”.

Release (Portuguese): Luan Araujo

Translation: Bruno Cisco

Original: http://sinewave.com.br/2012/03/the-tape-disaster-a-voz-do-fogo-2012/

Written by Cisco

abril 3, 2012 at 4:19 pm

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A sociedade do policiamento

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Vá até o IMDb (banco de dados de filmes) e procure algum filme policial. Faça o filtro: que contenha algo relacionado à Corte, Juri ou coisas do tipo. Então vá até a locadora e alugue, ou procure em qualquer site de download gratuito. Em algum momento, algum policial com queixo quadrado, óculos Rayban ou uniforme milimetricamente passado dirá: “Qualquer coisa que fale pode ser usado contra você, no Tribunal”.

A frase soa legal, imponente. Mas, fora do circuito criminal, seu contexto está amplamente descaracterizado. Basta uma opinião mais forte e você está fadado a ser condenado. O julgamento? É feito por muitos, que podem (e provavelmente) estão conectados com você, virtualmente. Todo mundo hoje em dia tem um quê de Juiz. Com isso, crescem as opiniões, que se transformam em informações – por muitas vezes equivocadas -, que influenciam outras pessoas e lá no final, temos um emaranhado de nada.

Analogicamente, voltamos ao pré-escolar: comunicação difícil, entendimento muito pior. Em dado momento, esse grupo de pessoas resolve brincar com… massinha de modelar. Cada um tem seu bastão de massinha colorida. Pobre daquela mesinha de plástico branca, que fica com restos dessa brincadeira nas diversas cores. Se pegar tudo isso e juntar, em uma única bola uniforme, veremos uma massa disforme e sem cor definida.

Quando há muita informação difusa, sem filtros ou verificação dos fatos, ocorrem os conflitos. Multiplique essa ação pelo número de contatos que você possui nas redes sociais, e os contatos que seus contatos possuem, ad infinitum. O resultado disso é uma hecatombe de idéias que não se complementam, e que também estão a mercê de julgamentos dos mais diversos tipos pois, afinal, todos somos Juizes.

E isso tende a piorar. Imagine se alguém diz que a brincadeira do Fuca Azul possa causar apologia à violência. Um grande debate online acontece, com prós e contras,
compartilhamentos pelo Facebook, trending topics no Twitter e por aí vai. Então alguma pedagoga em fim de carreira é convidada para um importante tele-jornal. “A brincadeira do Fuca azul tem que ser banida da sociedade, pois incita a violência em crianças, que podem ser agravadas e torná-los criminosos de grande potencial”. Uau!

Daí o Fantástico faz uma matéria com gráficos ilustrados, opiniões de especialistas e, então, alguém cria uma entidade, a Associação Contra a Violência da Brincadeira dos Fucas Azuis, a ACVBFA. A presidente Dilma, em um discurso em Manaus (sempre é no Norte, reparem) se manifesta, dizendo que “no que se refere a brincadeira dos fucas azuis, devemos tomar providências para que não sejam criados maus cidadãos brasileiros, assegurando a saúde do nosso País”. Por fim, o INMETRO ordena a retirada de circulação do pigmento ciano das fábricas de tintas automotivas e está assegurado o futuro do Brasil.

Simples assim, né? É só compartilhar. Ou por a hashtag.

Written by Cisco

janeiro 19, 2012 at 1:41 pm

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The Russian Sleep Experiment (tradução)

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Texto original: Creepypasta

Tradução e revisão: Bruno Cisco

Ao final da década de 40, pesquisadores russos mantiveram cinco pessoas acordadas por quinze dias, usando um gás estimulante experimental. Eles foram colocados em um ambiente isolado para cuidadosamente monitorar suas ingestões de oxigênio, de modo que o gás não pudesse matá-los, uma vez que o gás era tóxico em altas concentrações. No ambiente foi instalado um circuito de câmeras, microfones e vidros de segurança com12 cmde espessura, do tamanho de janelas, para que pudessem ser monitorados. A câmara foi abastecida com livros, camas para dormir, mas sem roupas de cama, sem água encanada ou banheiro e alimentos secos, para durar cinco meses. Os indivíduos eram prisioneiros políticos considerados inimigos do estado, durante a Segunda Guerra Mundial.

Tudo correu bem nos primeiros cinco dias; os indivíduos pouco perguntavam sobre a promessa (falsa) de que seriam libertados caso submetessem ao teste e que não dormissem por 30 dias. Suas conversas e atividades eram monitoradas, e verificou-se que eles continuavam a falar cada vez mais sobre seus próprios incidentes traumáticos do passado. Então, o tom das conversas tornou-se mais sombrio após ultrapassar o quarto dia.

Após cinco dias, os indivíduos começaram a reclamar sobre as circunstâncias e eventos que os levaram a estar onde estavam e então começaram a demonstrar uma grave paranóia. Eles pararam de conversar entre si e começaram a sussurrar alternadamente nos microfones e nos vidros de segurança espelhados. Curiosamente, todos eles aparentavam achar que podiam ganhar a confiança dos experimentadores, tornando-se seus camaradas, junto com os outros indivíduos em cativeiro. A princípio, os pesquisadores suspeitavam que isso fosse um efeito próprio do gás…

Após nove dias, o primeiro deles começa a gritar. Ele corre por todo o perímetro da câmara repetidamente, berrando a plenos pulmões por 3 horas seguidas. Tenta, então, gritar novamente, mas só consegue produzir ocasionais ruídos. Os pesquisadores reconheceram que ele tinha fisicamente rompido suas cordas vocais. O que mais surpreendeu nesse comportamento foi a maneira que os outros prisioneiros reagiram… ou optaram por não reagir. Eles continuaram sussurrando nos microfones até o segundo prisioneiro começar a gritar. Os outros dois prisioneiros pegaram os livros, rasgaram página por página e, com suas fezes, colaram calmamente no vidro de segurança. Os gritos cessaram rapidamente. Assim como os sussurros nos microfones.

Após mais três dias, os pesquisadores checavam os microfones de hora em hora, para ter certeza que estariam funcionando, já que eles pensavam que era impossível não haver som vindo de um local com cinco pessoas. O consumo de oxigênio na câmera indicava que todos os cinco deveriam estar vivos. Na verdade, o consumo de oxigênio dos cinco atingiu um nível elevado devido aos atenuantes exercícios. Na manhã do décimo quarto dia, os pesquisadores fizeram algo que disseram que não iria ser feito, para obter uma reação dos prisioneiros: eles usaram o intercomunicador, esperando provocar alguma reação dos indivíduos. Os pesquisadores temiam que eles estivessem mortos ou em estado vegetativo.

Os pesquisadores anunciaram: “Nós estamos abrindo a câmara para testar os microfones. Afastem-se da porta e deitem-se no chão, ou serão baleados. O cumprimento dará a um de vocês a liberdade imediata.” Para a surpresa dos pesquisadores, eles ouviram uma única frase de resposta, em tom calmo: “Nós não queremos mais ser libertados”.

Instaurou-se uma discussão entre os pesquisadores e as forças militares que financiavam a pesquisa. Incapazes de provocar qualquer outra resposta usando o interfone, finalmente foi decidido abrir a câmara na meia noite do décimo quinto dia.

A câmara foi inundada com um gás estimulante e completada com ar fresco. Imediatamente, as vozes começaram a reclamar. Três vozes diferentes imploravam, em nome de seus entes queridos, para ligar o gás novamente. A câmara foi aberta e os soldados foram enviados para resgatar os prisioneiros, que começam a gritar mais alto que nunca, e assim também fizeram os soldados quando viram o que havia lá dentro. Quatro dos cinco indivíduos ainda estavam vivos, embora ninguém pudesse chamar corretamente o estado de qualquer um deles de “vida”.

A comida dos últimos cinco dias não havia sido praticamente tocada. Havia pedaços de carne das pernas e peito do indivíduo morto entupidas no canal de drenagem no centro da câmara, bloqueando-o e criando uma lâmina de 10cm de água acumulada no piso. Precisamente, a quantidade de água e sangue no piso nunca foi determinada. Todos os quatro indivíduos “sobreviventes” tinham diversas partes de seus músculos e pele extirpadas de seus corpos. A destruição de carne e ossos expostos na ponta de seus dedos indicou que a extirpação foi feita à mão, não com os dentes, como inicialmente os pesquisadores haviam concluído. Uma observação da posição e dos ângulos das feridas indicou que a maioria deles não se auto-mutilaram.

Os órgãos abdominais abaixo das costelas dos quatro sobreviventes haviam sido removidos. Enquanto o coração, pulmões e diafragma permaneciam no local, a pele e maior parte dos músculos ligados as costelas haviam sido retirados, expondo os pulmões por debaixo da caixa torácica. Todos os vasos sanguíneos e órgãos ainda estavam intactos, pois haviam recém sido retirados e postos no chão, arejando os eviscerados – porém vivos – corpos dos prisioneiros. O trato digestivo dos quatro aparentava estar funcionando, digerindo comida. Rapidamente se tornou visível que o que estava sendo digerido era suas próprias carnes, que tinham rasgado e comido ao longo dos dias.

A maioria dos soldados russos, nas instalações, eram agentes especiais, porém se recusaram a voltar na câmara para remover os prisioneiros. Já os prisioneiros continuaram a gritar para que fossem deixados na câmara e alternadamente pediam e ordenavam que o gás fosse novamente ligado, para que não caíssem no sono…

Para a surpresa de todos, os prisioneiros colocam-se em batalha para que fossem removidos da câmara. Um dos soldados russos é atacado e morre por ter sua garganta rasgada, outro fica gravemente ferido por ter seus testículos arrancados e uma artéria da perna perfurada pelos dentes de um dos indivíduos. Outros cinco dos soldados morreram se contarmos os que cometeram suicídio, semanas após o incidente.

Na luta, um dos quatro prisioneiros sobreviventes tem seu baço rompido e sangra quase que imediatamente. Os médicos tentaram sedá-lo, mas isso se provou impossível. Foi injetada uma dose dez vezes maior que a dose humana de um derivado de morfina e ele continuara a lutar como um animal encurralado, quebrando as costelas e o braço de um dos doutores. Quando seu coração completou dois minutos batendo após o sangramento, concluiu-se que naquele momento ele possuía mais ar em seu sistema vascular que sangue. Mesmo após seu coração ter parado de bater, o prisioneiro continuou a gritar e se sacudir por mais três minutos, tentando atacar qualquer um a sua volta e repetindo a palavra “MAIS” repetidamente, cada vez mais sem força, até que finalmente ele ficou em silêncio.

Os outros três prisioneiros sobreviventes foram fortemente dominados e realocados para uma instalação médica, os dois com as cordas vocais intactas continuaram a implorar pelo gás, exigindo que fossem mantidos acordados… O mais ferido dos três foi levado para a única sala cirúrgica que a instalação possuía. No processo de preparação para recolocar seus órgãos de volta, constatou que ele estava efetivamente imune ao sedativo que lhe foi dado, para o processo cirúrgico. Ele lutou furiosamente contra suas contenções quando o gás anestésico foi trazido para sedá-lo. Conseguiu arrancar a maior parte da pulseira de 10 cmde largura em um dos pulsos, mesmo com o peso de 90kg de um dos soldados que também segurava seu pulso. Foi aplicada mais uma dose de anestésico para controlá-lo, e no instante que suas pálpebras tremulavam e fechavam, seu coração parou de bater.

Na autópsia do indivíduo, que morreu na mesa de cirurgia, foi encontrado em seu sangue o triplo do nível normal de oxigênio. Os músculos que ainda estavam ligados em seu esqueleto foram gravemente rasgados e ele teve nove ossos quebrados, devido à luta para ser dominado. A maioria dos ossos foram quebrados pela força que seus músculos exerceram sobre eles.

O segundo sobrevivente era um dos cinco que começaram a gritar. Suas cordas vocais estavam destruídas, logo estava impossibilitado a suplicar ou contestar a cirurgia, e sua única reação foi sacudir sua mão violentamente em desaprovação quando o gás anestésico foi trazido pra perto. Ele balançou sua cabeça positivamente quando alguém sugeriu, relutantemente, que tentasse a cirurgia sem anestesia. O paciente não reagiu durante o procedimento de 6 horas de duração para recolocar seus órgãos abdominais de volta e para tentar recobri-lo com o que restou de sua pele. O cirurgião principal dizia repetidamente que era medicamente possível que o paciente continuasse vivo. Uma das enfermeiras aterrorizadas, que acompanhava a cirurgia, afirmou que havia visto diversas vezes o paciente sorrir discretamente quando faziam contato visual.

Quando a cirurgia acabou, o paciente olhou para o cirurgião e começou a arquejar em voz alta, tentando falar com grande esforço. Assumindo que aquilo devia ser de drástica importância, o cirurgião buscou uma caneta e um bloco, para que o paciente pudesse escrever sua mensagem. Era simples. “Continue a incisão”.

Os outros prisioneiros foram submetidos à mesma cirurgia, ambos também sem anestesia, embora estivessem sido injetados com um medicamento paralítico para o procedimento. O cirurgião constatou que era impossível continuar com a operação enquanto os pacientes rissem continuamente. Uma vez paralisados, eles só poderiam seguir os pesquisadores presentes com os olhos. O medicamento paralisante foi absorvido rapidamente em um período anormalmente curto e logo já estavam tentando escapar de suas amarras. No momento que voltaram a falar, perguntaram sobre o gás estimulante. Os pesquisadores tentaram perguntar por que tinham se mutilado, por que tinham arrancado suas próprias entranhas e por que queriam o gás novamente.

Uma única resposta foi dada: “Eu devo permanecer acordado”

Todos os três prisioneiros detidos foram reintegrados e postos de volta na câmara, aguardando determinação do que deveria ser feito com eles. Os pesquisadores tiveram que enfrentar a ira de seus militares “benfeitores” por ter falhado nas metas estabelecidas do projeto, considerado a eutanásia dos indivíduos sobreviventes. O comandante oficial, um ex-KGB, em vez disso viu algum potencial, e queria ver o que aconteceria se eles fossem colocados de volta sob efeito do gás. Os pesquisadores se opuseram fortemente, porém foram obrigados a cumprir a ordem.

Na preparação para serem submetidos à experiência na câmara, os indivíduos foram conectados a aparelhos de eletroencefalograma e tiveram suas amarras afrouxadas para um longo tempo de confinação. Para a surpresa de todos, os três pararam de se debater no momento que foi dito que ligariam o gás. Era óbvio que até aquele momento eles estavam lutando pra ficarem acordados. Um dos indivíduos que conseguia falar começou a cantar alto e continuamente; o indivíduo sem voz estava esticando suas pernas contra as amarras de couro com todas as forças, primeiro a perna direita, depois a perna esquerda, depois a perna direita novamente, para se concentrar em algo. O terceiro indivíduo estava segurando sua cabeça pra fora do travesseiro e piscando rapidamente.

Como era a primeira vez que estavam conectados ao aparelho de eletroencefalograma, a maioria dos pesquisadores que estavam monitorando se demonstraram chocados. O teste corria normal na maioria do tempo, mas às vezes uma linha de pico aparecia inexplicavelmente. Parecia que estavam sofrendo de morte cerebral repetidamente, antes de voltarem ao normal. Como os pesquisadores estavam concentrados no papel dos resultados das ondas cerebrais, apenas uma enfermeira viu os olhos de todos os prisioneiros fecharem ao mesmo tempo no momento em que suas cabeças caiam sobre o travesseiro. Suas ondas cerebrais imediatamente pararam de dar sinais, então mostraram uma última linha de pico, como se seus corações tivessem simultaneamente parado.

Um dos indivíduos – o único que podia falar – começou a gritar para que fosse colocado sob efeito do gás imediatamente. Suas ondas cerebrais mostraram os mesmos picos de linha daqueles que morreram adormecidos. O comandante deu a ordem para trancar a câmara com ambos os indivíduos dentro, assim como três pesquisadores. Um dos pesquisadores convocados imediatamente sacou sua arma e atirou no comandante, no ponto branco entre seus olhos. Então virou a arma para o indivíduo mudo e estourou seu cérebro também.

O pesquisador apontou sua arma para um dos indivíduos, ainda amarrado na cama, enquanto os outros indivíduos e os pesquisadores fugiram da sala. “Eu não vou ficar aqui trancado com essas coisas! Não com você!”, gritou para o homem preso à cama. “QUEM É VOCÊ?”, interrogou. “Eu preciso saber!”

O indivíduo sorriu.

“Você se esqueceu assim tão facilmente?”, perguntou o prisioneiro. “Nós somos você. Estamos nas loucuras que se escondem em todos vocês, implorando para sermos livres á todo momento, em sua mais profunda mente animal. Nós somos o que vocês escondem em suas camas, todas as noites. Nós somos o que lhes tranquilizam no silêncio e lhes entorpecem quando vocês vão para o refúgio noturno, onde não podemos pisar.”

O pesquisador fez uma pausa. Então apontou para o peito do prisioneiro e disparou. O eletroenfefalograma pulsou quando ele foi atingido, “Então… quase… livre”.

Written by Cisco

outubro 17, 2011 at 1:09 pm

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