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Sobre a Arte

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Desde muito cedo, tenho contato com a música. Não sei dizer ao certo, mas até nos momentos em que eu sequer lembre, ela estava lá. Doce e rítmica.

Meu prazer de ouvir e contemplar canções começou na infância ainda. Peguei o funeral das fitas cassete. Tinha um rádio de duplo deck e, com ele, fazia das tardes pós-aula algo prazeroso. Na minha caixa de sapatos, milhares de fitas. Sou do tempo que pra gravar, era indispensável apertar o play. Hoje, o botão usual é o do “download”.

Dias atrás, houve uma morna discussão em aula sobre música. Surgiu como um relâmpago no contexto, que eu talvez nem me lembre mais. Uma colega disse: “as músicas dos anos 70 eram melhores”.

Melhores pra quem?


Ora, a música evoluiu racionalmente desde os tempos do blues até aqui, mas não quer dizer que o saudosismo seja via de regra de um bom gosto musical.

A música é uma arte, como as que ilustram e somatizam grandes galerias mundo afora. Impossível você comparar uma pintura renascentista de Michelangelo com o furor de cores surrealistas do Miró. Todas elas representam algo que o artista estava sentindo ou pensando, traduzido em tinta e traços. Ele, por sua vez, torna-se compreendido a uma parcela do público, atingindo assim o propósito da arte em si. A música funciona da mesma forma, traduzindo um sentimento intrínseco em letra e música.

Na teoria, a música é uma arte por conseguir atingir um público que consegue transcrever o que o artista – no nosso caso, o músico – quer dizer em meio a todo aquele barulho.

Deixando de lado os comparativos técnicos ou de indumentária, podemos dizer que Chitãozinho e Xororó está pra The Mars Volta, assim como Restart está para Godspeed You! Black Emperor. Todas as citadas têm seu público-alvo, seu jeito de fazer música e, assim, conseguir provocar algo lá dentro do peito, em seus respectivos ouvintes. Mais que isso, a música é uma forma de expressão individual. Ela pode ser melancólica, feliz, opinativa, sincera ou não. Há 7 bilhões de ouvidos dispostos à processar toda essa informação e julgar o que é bom pra si. Não existem verdades absolutas no mundo da música, existem apenas formas de criação para diferentes formas de interpretação.

Isto é arte.

Written by Cisco

agosto 23, 2010 at 2:39 pm

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