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Archive for maio 2010

Preso (pela) na garganta

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Acho que eu falo por todos (ou pelo menos pela maioria não alienada que ocasionalmente lê esse blogue) que essa foi a imagem da semana, e talvez uma das mais perturbadoras dos últimos tempos:

José Aparicio teve sua garganta perfurada, provocando horror em quem assistia, nas cadeiras. O “matador” de 41 anos foi suspendido no ar pelo chifre direito do animal. Toureiros auxiliares imediatamente entraram no ringue pra distrair o touro, enquanto José era levado as pressas para o hospital, onde realizaria uma cirurgia de 6 horas para reconstrução da mandíbula, língua e céu-da-boca. Ainda não se sabe a gravidade do acidente, o porta-voz do Hospital 12 de Outubro, em Madri, afirma: “É muito cedo para falar em recuperação, temos que esperar e ver”.

Chocado?


Bom, talvez você não esteja por dentro do que são as touradas. Não é necessário por um slide de fotos aqui pra que você entenda a gravidade que esse teatro sádico de sangue e dor animal represente.

Acredita-se que as touradas existam desde antes da Era Cristã, em torno de 2700-1450 a.C, surgidas na Grécia. Atualmente, as touradas sobrevivem em países Ibéricos (Espanha e Portugal) e em alguns lugares da França e do México.

A prática consiste em por um touro dentro de um ringue e perfurá-lo com lanças de pontas de aço – ou agulhões –  que ficam cravadas nos músculos da lombar do animal, enquanto o toureiro provoca-o com um pano avermelhado, criando assim uma disputa de forças e exaltação de superioridade retrógrada entre um ser humano e um animal agonizante e banhado de sangue.

Ao fim do “espetáculo”, o touro tem seus agulhões retirados por lacerações direto em sua carne e tecidos musculares. Se, depois de toda a tortura, o animal ainda resistir as inúmeras golfadas e a exaustão e tortura proporcionada after-show, este tem sua vida extinta com pauladas direto na cabeça. Estima-se que as touradas tenham públicos sell-out só em Las Ventas, em Madrid, onde a capacidade do ringue chega a 25 mil lugares. Também são transmitidas ao vivo via TV a cabo.

Sabe quantas vezes esse espetáculo de horror se repete em uma tourada? Seis vezes.

Observe de novo a foto acima. Quer ver ela sem o crop?

Ou essa, de um ângulo mais “violento”:

Então eu pergunto: de qual dos dois animais você sente mais pena?


Written by Cisco

maio 23, 2010 at 10:29 pm

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Marcelo Camelo me entenderia

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Meu cérebro é dividido em quatro partes funcionais diárias. Uma delas é responsável pelos famosos TETOS (ou BRISAS, como preferir).

Eu não alimento em mim aqueles pensamentos de drogado do LSD, mas desde a hora que eu acordo até o último segundo antes do shutdown cerebral, informações voam aqui dentro.  É como se, pra cada coisa, existisse uma explicação. Pra cada erro, um acerto.

Dentre uma dessas, concluí que eu tenho um tipo de complexo de inferioridade modificado. Explico: desde criança, sempre me senti “inferior” às pessoas ao meu redor. Não digo de inteligência, mas sim de sabedoria. Sempre procurei caminhar na mesma velocidade da minha cabeça, mas acho que a melhor fonte de informação são as próprias pessoas, e o que dentro delas reside. Tem uma sábia música dos Hermanos que diz “Eu sou o que vocês são”. E o Camelo tem toda a razão. Melhor fonte do certo e do errado são as pessoas que nos contornam. Cada uma com seu jeito, seus defeitos. E nós, como meros espelhos seletivos.

Faz meu jeito ser maior que meu corpo, eu sei. Logo, não podemos ser perfeitos, mas podemos ser bonequinhos de barro que nunca são cozidos. Todas as pessoas vão ser maiores que eu, de uma certa forma. À vida, as lições. Ao ser humano, as indagações.

Written by Cisco

maio 16, 2010 at 11:08 pm

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